as pequenas esperanças

eu me permito pequenas esperanças – esperançascontagota, esperanças que parecem aquelas gotículas que caem aleatoriamente na pia da cozinha, fazendo um barulho forte no metal das panelas.

me permito acordar com um sorriso e tentar mantê-lo durante o dia. me permito cantarolar trechos de antigos axés. me permito aconselhar-me a não desistir.

sinto que respiro até melhor – ou que apenas respiro, sem o constante hábito de segurar o ar por medo de que ele falta. leio as páginas felizes de little women. aprecio a arte do encontro – como aquele chocolate que eu esqueci na geladeira, a bala que ficou perdida na bolsa – e do desencontro – onde estão aquelas moedas que recebi de troco no delivery?. gargalho da comida que queimou, do ingrediente que falta na receita.

agradeço pelas doses de pequenas esperanças. deixo que elas me consumam, me acompanhem. também deixo que elas se despeçam de mim, com seu modo carinhoso e quase saudosista. por elas, deixo uma fresta da porta sempre aberta – sejam bem vindas, voltem sempre e voltem para ficar.

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